5 passos para entender a depreciação do ativo imobilizado

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O ativo imobilizado é um dos principais elementos do patrimônio de uma empresa e engloba bens duráveis, que são utilizados na produção de bens e serviços e que têm uma vida útil superior a um ano. A depreciação do ativo imobilizado é um conceito fundamental para a gestão financeira das empresas, pois permite que os gestores calculem o montante da perda de valor dos seus ativos, o que pode afetar a avaliação patrimonial, o lucro líquido e o imposto de renda. O objetivo deste artigo é apresentar os principais conceitos, métodos e técnicas para a depreciação do ativo imobilizado. 

Conceitos básicos 

  • Depreciação: é a perda do valor do ativo imobilizado ao longo do tempo devido ao uso, obsolescência ou desgaste natural. Existem três tipos de depreciação: física, funcional e econômica. 
  • O valor residual: é o valor estimado do ativo ao final de sua vida útil. 
  • A vida útil econômica: é o período durante o qual se espera que o ativo gere receita ou benefícios econômicos para a empresa. 

Métodos de depreciação 

Os quatro principais métodos de depreciação são: 

  1. Método linear: é o mais simples e consiste em distribuir a depreciação uniformemente ao longo da vida útil do ativo. Isso significa que a mesma quantia de depreciação é registrada em cada período contábil, independentemente do valor residual do ativo (o valor que o ativo ainda pode ter ao final de sua vida útil). 
  1. Método da soma dos dígitos: este método é mais acelerado do que o método linear. Ele distribui a depreciação de forma decrescente ao longo da vida útil do ativo. Isso significa que a maior parte da depreciação é registrada nos primeiros anos de uso do ativo, com uma diminuição gradual ao longo do tempo. 
  1. Método de unidades produzidas: este método é utilizado para ativos que geram receitas de forma proporcional ao número de unidades produzidas. Ele leva em conta o número de unidades produzidas pelo ativo a cada período contábil e distribui a depreciação com base nesse número. 
  1. Método exponencial: este método é o mais acelerado e distribui a depreciação de forma exponencial ao longo da vida útil do ativo. Isso significa que a maior parte da depreciação é registrada nos primeiros anos de uso do ativo, com uma diminuição ainda mais rápida do que no método da soma dos dígitos. 

Cada método de depreciação tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha do método a ser utilizado depende das características do ativo e da política contábil da empresa. É importante escolher um método adequado para garantir que a empresa esteja registrando de forma adequada a perda de valor dos seus ativos ao longo do tempo. 

Cálculo da depreciação 

Para calcular a depreciação de um ativo, é preciso conhecer alguns fatores importantes, como o valor do ativo, o valor residual (ou seja, o valor que o ativo terá ao final de sua vida útil), a vida útil do ativo e o método de depreciação escolhido. 

O método de depreciação linear é o mais utilizado na prática. Esse método envolve dividir o valor do ativo pelo número de anos de sua vida útil. A depreciação anual é, então, calculada dividindo-se o valor residual pelo número de anos de vida útil e subtraindo-se este valor do valor do ativo. Em outras palavras, a depreciação anual é calculada dividindo-se a diferença entre o valor do ativo e o valor residual pelo número de anos de vida útil do ativo. 

Por exemplo, suponha que uma empresa comprou uma máquina por R$ 100.000,00 e espera usá-la por 10 anos, após os quais ela terá um valor residual de R$ 10.000,00. Usando o método de depreciação linear, a depreciação anual seria calculada como: 

Depreciação anual = (Valor do ativo – Valor residual) / Vida útil do ativo Depreciação anual = (R$ 100.000,00 – R$ 10.000,00) / 10 anos 

Depreciação anual = R$ 9.000,00 

Portanto, a empresa registraria uma depreciação anual de R$ 9.000,00 para essa máquina. 

A contabilização da depreciação é feita por meio de lançamentos contábeis. Na prática, a conta de depreciação é debitada e a conta do ativo imobilizado é creditada. Isso significa que a conta de depreciação aumenta a cada período contábil à medida que a depreciação é registrada e a conta do ativo imobilizado diminui ao mesmo tempo, refletindo a perda de valor do ativo. 

Imposto de renda e depreciação 

A depreciação pode ter um impacto significativo no cálculo do imposto de renda, já que a redução do valor dos ativos imobilizados ao longo do tempo pode resultar em uma diminuição do lucro tributável da empresa. Isso porque a depreciação é considerada uma despesa dedutível para fins fiscais, e pode ser utilizada para reduzir a base de cálculo do imposto. É importante lembrar que existem regras específicas para a dedução de depreciação no imposto de renda, e que a escolha do método de depreciação pode ter impacto direto no valor do imposto a ser pago. 

Em resumo, a depreciação do ativo imobilizado é uma parte fundamental da gestão contábil e financeira das empresas. Ao longo da vida útil dos ativos, a depreciação é registrada contabilmente para refletir a perda de valor dos bens ao longo do tempo. É importante escolher o método de depreciação adequado, considerando as características dos ativos e as necessidades da empresa, e realizar os cálculos de forma correta e consistente. Além disso, é necessário estar atento aos impactos fiscais da depreciação e seguir as normas contábeis e fiscais aplicáveis.  

Com uma gestão adequada da depreciação do ativo imobilizado, a empresa pode obter uma visão mais clara e precisa de seu patrimônio e tomar decisões mais informadas e estratégicas sobre investimentos, manutenção e desinvestimento em ativos. 

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Foto de Cagkan no Adobe Stock

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