5 passos para entender a depreciação do ativo imobilizado
Publicado em 04/04/2023
O ativo imobilizado é um dos principais elementos do patrimônio de uma empresa e engloba bens duráveis, que são utilizados na produção de bens e serviços e que têm uma vida útil superior a um ano. A depreciação do ativo imobilizado é um conceito fundamental para a gestão financeira das empresas, pois permite que os gestores calculem o montante da perda de valor dos seus ativos, o que pode afetar a avaliação patrimonial, o lucro líquido e o imposto de renda. O objetivo deste artigo é apresentar os principais conceitos, métodos e técnicas para a depreciação do ativo imobilizado.
Conceitos básicos
- Depreciação: é a perda do valor do ativo imobilizado ao longo do tempo devido ao uso, obsolescência ou desgaste natural. Existem três tipos de depreciação: física, funcional e econômica.
- O valor residual: é o valor estimado do ativo ao final de sua vida útil.
- A vida útil econômica: é o período durante o qual se espera que o ativo gere receita ou benefícios econômicos para a empresa.
Métodos de depreciação
Os quatro principais métodos de depreciação são:
- Método linear: é o mais simples e consiste em distribuir a depreciação uniformemente ao longo da vida útil do ativo. Isso significa que a mesma quantia de depreciação é registrada em cada período contábil, independentemente do valor residual do ativo (o valor que o ativo ainda pode ter ao final de sua vida útil).
- Método da soma dos dígitos: este método é mais acelerado do que o método linear. Ele distribui a depreciação de forma decrescente ao longo da vida útil do ativo. Isso significa que a maior parte da depreciação é registrada nos primeiros anos de uso do ativo, com uma diminuição gradual ao longo do tempo.
- Método de unidades produzidas: este método é utilizado para ativos que geram receitas de forma proporcional ao número de unidades produzidas. Ele leva em conta o número de unidades produzidas pelo ativo a cada período contábil e distribui a depreciação com base nesse número.
- Método exponencial: este método é o mais acelerado e distribui a depreciação de forma exponencial ao longo da vida útil do ativo. Isso significa que a maior parte da depreciação é registrada nos primeiros anos de uso do ativo, com uma diminuição ainda mais rápida do que no método da soma dos dígitos.
Cada método de depreciação tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha do método a ser utilizado depende das características do ativo e da política contábil da empresa. É importante escolher um método adequado para garantir que a empresa esteja registrando de forma adequada a perda de valor dos seus ativos ao longo do tempo.
Cálculo da depreciação
Para calcular a depreciação de um ativo, é preciso conhecer alguns fatores importantes, como o valor do ativo, o valor residual (ou seja, o valor que o ativo terá ao final de sua vida útil), a vida útil do ativo e o método de depreciação escolhido.
O método de depreciação linear é o mais utilizado na prática. Esse método envolve dividir o valor do ativo pelo número de anos de sua vida útil. A depreciação anual é, então, calculada dividindo-se o valor residual pelo número de anos de vida útil e subtraindo-se este valor do valor do ativo. Em outras palavras, a depreciação anual é calculada dividindo-se a diferença entre o valor do ativo e o valor residual pelo número de anos de vida útil do ativo.
Por exemplo, suponha que uma empresa comprou uma máquina por R$ 100.000,00 e espera usá-la por 10 anos, após os quais ela terá um valor residual de R$ 10.000,00. Usando o método de depreciação linear, a depreciação anual seria calculada como:
Depreciação anual = (Valor do ativo – Valor residual) / Vida útil do ativo Depreciação anual = (R$ 100.000,00 – R$ 10.000,00) / 10 anos
Depreciação anual = R$ 9.000,00
Portanto, a empresa registraria uma depreciação anual de R$ 9.000,00 para essa máquina.
A contabilização da depreciação é feita por meio de lançamentos contábeis. Na prática, a conta de depreciação é debitada e a conta do ativo imobilizado é creditada. Isso significa que a conta de depreciação aumenta a cada período contábil à medida que a depreciação é registrada e a conta do ativo imobilizado diminui ao mesmo tempo, refletindo a perda de valor do ativo.
Imposto de renda e depreciação
A depreciação pode ter um impacto significativo no cálculo do imposto de renda, já que a redução do valor dos ativos imobilizados ao longo do tempo pode resultar em uma diminuição do lucro tributável da empresa. Isso porque a depreciação é considerada uma despesa dedutível para fins fiscais, e pode ser utilizada para reduzir a base de cálculo do imposto. É importante lembrar que existem regras específicas para a dedução de depreciação no imposto de renda, e que a escolha do método de depreciação pode ter impacto direto no valor do imposto a ser pago.
Em resumo, a depreciação do ativo imobilizado é uma parte fundamental da gestão contábil e financeira das empresas. Ao longo da vida útil dos ativos, a depreciação é registrada contabilmente para refletir a perda de valor dos bens ao longo do tempo. É importante escolher o método de depreciação adequado, considerando as características dos ativos e as necessidades da empresa, e realizar os cálculos de forma correta e consistente. Além disso, é necessário estar atento aos impactos fiscais da depreciação e seguir as normas contábeis e fiscais aplicáveis.
Com uma gestão adequada da depreciação do ativo imobilizado, a empresa pode obter uma visão mais clara e precisa de seu patrimônio e tomar decisões mais informadas e estratégicas sobre investimentos, manutenção e desinvestimento em ativos.
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